Durante as aulas no módulo ‘Inteligência Empresarial e CRM (Gestão do Relacionamento com Clientes)’ num curso de MBA em Governança da Tecnologia da Informação em Goiânia, um dos assuntos que levantei para os alunos debaterem foi a diferença entre dados, informação e inteligência, citando exemplos para cada um deles.
A diferença entre Dados, Informação e Inteligência
Um exemplo de dado é uma tabela ou um gráfico. Dados são basicamente números, medidas, valores. Já a informação seria, por exemplo, a descrição, os comentários do que tem no gráfico. Outro exemplo de informação é uma notícia que pode ou não conter dados. De qualquer forma, ela continua sendo informação.
Para o trabalho nas áreas de inteligência empresarial e inteligência de mercado, é importante o analista selecionar e priorizar a informação qualificada para o trabalho que irá desenvolver, sendo que é esse mesmo profissional que deverá fazer essa qualificação da informação.
Uma das formas de fazer isso é checar a informação com pelo menos duas fontes confiáveis que podem ser fontes internas ou externas a organização.
Já a Inteligência Empresarial ou Inteligência nos Negócios decorre do cruzamento de dados e/ou informações internas e/ou externas.
A Metodologia Revie (Rede de Valor para Inteligência Empresarial) possui processos e técnicas para ajudar a sua organização a obter informação qualificada com dados e gerar Inteligência aplicada ao Negócio (IaN) com dados.
A diferença entre Inteligência Empresarial e Inteligência de Mercado/Competitiva
A Inteligência Empresarial (ou Inteligência de Negócios) pode ser definida como a capacidade de uma empresa para capturar, selecionar, analisar e gerenciar dados e informações relevantes para a gestão do negócio com o objetivo de (Teixeira 2009):
– Inovar e criar conhecimento.
– Reduzir riscos na tomada de decisão e evitar surpresas.
– Direcionar, assertivamente, os planos de negócios e a implementação de ações.
– Criar oportunidades de negócios.
– Apoiar o desenvolvimento de produtos/serviços com uma base de informação confiável, eficiente e ágil.
– Monitorar, analisar e prever, eficientemente, as questões relacionadas ao core business.
– Gerar valor aos negócios.
Já a Inteligência Competitiva ou Inteligência de Mercado é uma prática empresarial com um programa coordenado e contínuo para a captura, seleção, análise, gerenciamento e disseminação dos dados e informações sobre o ambiente no qual a empresa compete para a criação de conhecimento e a tomada de decisão, seja ela estratégica, tática ou operacional. (Teixeira 2007.)
Mas onde entra a Inteligência Empresarial e do Negócio?
A inteligência apenas começa a fazer parte quando cruzamos esse dado (gráfico/ tabela) com aquela matéria sobre o concorrente que lemos na semana passada (informação) ou com a ‘insider information’ que conseguimos durante o bate-papo no café com um colega num evento.
Quando cruzamos os dados e as informações de várias fontes e fazemos a análise dessa ‘maçaroca’ – começamos a produzir a tão procurada Inteligência Empresarial aplicada ao negócio podendo ser sobre o cliente, concorrente, parceiro, produto ou uma combinação de players e mercado.
Se vamos além e fazemos recomendações com cenários, temos a Inteligência Estratégica Antecipativa (IEA).
Trabalhando, recentemente, num projeto de consultoria em Inteligência de Mercado para um gigante do Varejo, percebemos na fase do diagnóstico do projeto que as áreas entregavam, basicamente, Dados e Informação Qualificada, não Inteligência.
E lendo uma matéria sobre BI (Business Intelligence) e as PMEs (Pequenas e Médias Empresas), concordo que o BI e a Inteligência de Mercado/ Inteligência Competitiva são totalmente aplicáveis nas PMEs (pequenas e médias empresas) também e já temos exemplos de empresas bem sucedidas.
Cruzando as minhas três fontes de informação (feedback dos alunos nas aulas, projeto de consultoria em Inteligência de Mercado e a matéria mencionada), a conclusão na qual chegamos é que temos muito trabalho pela frente não só junto às PMEs, mas também nas grandes empresas.
É importante que os profissionais de Marketing, Inteligência Competitiva/de Mercado, das áreas de Negócios e, também, de Tecnologia da Informação entendam a diferença entre dados, informação qualificada e inteligência, e que trabalhem em conjunto para produzir Inteligência Empresarial aplicada e saibam diferenciar as entregas não só das áreas internas, mas também dos serviços de consultoria em Inteligência Empresarial e Competitiva.
Cito as empresas de consultoria porque, infelizmente, vejo várias empresas vendendo ‘inteligência’ quando na verdade o que ofertam é ‘informação’.
Esse é um passo decisivo para que a Inteligência Empresarial, no Brasil, alcance estágios de evolução mais avançados com processos, métodos e técnicas bem definidos – e o mais importante – implementados e com resultados periódicos e mensurados para as empresas.
Obs.: o que acabei de fazer foi Inteligência – cruzei informações de três fontes, fiz uma breve análise e gerei uma recomendação.
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