Vivemos tempos desafiadores — e isso já não é novidade para ninguém. Com o cenário externo cada vez mais volátil e o interno cheio de incertezas fiscais e econômicas, as empresas brasileiras já sentem os reflexos.
De crises geopolíticas que elevam o custo das commodities a tensões internas que redesenham o cenário incerto fiscal e econômico, os impactos não são mais uma questão de “se”, mas de “quando” e “quanto”.
Os sinais estão claros, sendo essencial os líderes se prepararem para as próximas movimentações:
A tensão entre Irã e Israel se agrava, o conflito entre Rússia e Ucrânia segue sem perspectiva de encerramento e, nos bastidores, Estados Unidos e China travam uma disputa comercial e tecnológica que impacta toda a economia global.
Além disso, ataques no Mar Vermelho têm encarecido o transporte marítimo e prejudicado cadeias produtivas estratégicas, afetando custos de importação e exportação.
Esses conflitos, por mais distantes, já alteram os preços das commodities e matérias-primas: petróleo, fertilizantes, grãos, insumos industriais. Isso significa custos de produção mais altos, margens apertadas e uma pressão enorme sobre o planejamento das empresas brasileiras.
BRASIL: UM CENÁRIO INTERNO IGUALMENTE TURBULENTO
Se o ambiente externo já não oferece estabilidade, o interno também traz preocupações:
– O “Tarifaço” americano, causando impactos no mercado interno e, principalmente, nas exportações de produtos agrícolas como suco de laranja, café, carne bovina, pescados, dentre outros.
– Discussões sobre aumento do IOF, o que encarece operações financeiras e câmbio.
– Propostas de elevação da alíquota do Imposto de Renda para empresas a partir de 2026.
– Reforma tributária federal em andamento, com impactos significativos para diferentes setores.
– Inflação persistente e um dólar elevado que continuam pressionando custos e consumo.
O cenário, portanto, é de incerteza. Mas também de escolha: ou as empresas se preparam para navegar nessas águas turbulentas, ou serão surpreendidas — e quem se antecipa, sai na frente.
SUA EMPRESA JÁ ESTÁ CONSTRUINDO CENÁRIOS OU VAI ESPERAR OS IMPACTOS?
Enquanto algumas organizações seguem no improviso, outras já estão mapeando riscos e oportunidades. Não se trata de ter uma bola de cristal, mas de contar com estrutura, processos e análises capazes de suportar e agilizar a tomada de decisão, permitindo prever tendências, antecipar movimentos e, principalmente, compreender o cliente.
É aqui que entra o papel fundamental da Inteligência de Mercado e Comercial.
Uma área de Inteligência bem estruturada e que traz resultados vai além de dashboards e relatórios operacionais. Ela monitora o ambiente, projeta tendências e cenários de impacto, identifica as dores e expectativas dos clientes e transforma tudo isso em inteligência acionável – aquela que orienta, gera ação e agiliza as decisões dos executivos. É essa estrutura que dá suporte estratégico ao time comercial, fortalece o marketing e entrega à alta liderança insumos sólidos para decisões seguras e assertivas.
Como caso de sucesso, recentemente, ajudamos uma empresa do setor de Educação a identificar tendências e transformá-las em oportunidades reais e regionais. É importante entender o ambiente externo, que inclui o setor da empresa, público e players. A experiência nos mostra que, além disso, temos que regionalizar a tendência cruzando dados e informações internas e externas à empresa, pois nem toda tendência nacional e setorial faz sentido para a realidade do negócio local.
E VOCÊ, JÁ PAROU PARA REFLETIR?
– Sua empresa tem cenários mapeados para alta de commodities e insumos?
– Alguém está acompanhando o possível impacto do IOF sobre o seu negócio?
– Como o ‘tarifaço’ impacta o seu negócio? O que fazer?
– Existe monitoramento constante do comportamento do consumidor?
– O time comercial recebe, periodicamente, insights reais de mercado ou continua vendendo “no escuro”?
– Os executivos utilizam as suas análises para tomar decisões e tem resultados?
– Você consegue medir esses resultados?
– Seu concorrente já pode estar um passo à frente. E você?
Na prática, em um de nossos projetos para empresas agroquímicas, pesquisas de mercado detalhadas permitiram dimensionar o mercado por região, identificar gaps de cobertura e revelar oportunidades concretas de crescimento.
Essas análises não apenas revelaram onde a empresa estava com baixa penetração de mercado, mas também forneceram subsídios valiosos para a construção de cenários futuros, previsão de tendências e planejamento de campanhas de marketing alinhadas às necessidades locais. O resultado? Maior assertividade comercial e ganho significativo de competitividade no campo.
A DIFERENÇA ENTRE REAGIR E LIDERAR
Empresas que dominam a Inteligência de Mercado e Comercial estão sempre um passo à frente. São aquelas que conhecem o cliente além da venda, entendem o cenário além do curto prazo e se antecipam, com ações concretas e planejadas.
Enquanto alguns irão sentir o impacto no caixa ou nas vendas e buscar soluções às pressas, outros já estarão ajustados, com estratégias preparadas e time comercial munido de informação de qualidade para agir.
DE INSIGHT À AÇÃO
O jogo mudou — e os dados estão na mesa. Inteligência de Mercado e Comercial deixou de ser um diferencial competitivo para se tornar uma peça essencial na engrenagem estratégica das empresas. Em um ambiente repleto de incertezas, é ela que conecta fatos, antecipa movimentos e transforma análise em ação.
Organizações que investem nessa estrutura saem na frente, não apenas por reagirem mais rápido, mas por conseguirem liderar com visão, consistência e preparo.
Entender e contextualizar tendências, antecipar cenários, apoiar o comercial com informações acionáveis e influenciar decisões estratégicas já não é mais uma vantagem — é uma necessidade.
E você? Vai liderar a mudança com Inteligência no seu negócio ou será levado por ela?
Por José Vicente dos Santos, Executivo em Inteligência de Mercado e Precificação, e Daniela Ramos Teixeira, Diretora Executiva da Revie Inteligência Empresarial
Referencias Bibliográficas
– CASCIO, J. Facing the Age of Chaos: BANI World. 2020.
– PORTER, M. E. Estratégia Competitiva. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
– SANTOS, José Vicente dos. Maturidade de Inteligência Competitiva com o uso do Big Data em organizações que atuam no Brasil. São Paulo: FIA, 2021.
– TEIXEIRA, Daniela. Cenários: diferencial estratégico em inteligência de mercado para as empresas. Revie, 2023. Disponível em: https://revie.com.br/artigos/inteligencia-de-mercado-e-empresarial/cenarios-diferencial-estrategico-em-inteligencia-de-mercado-para-as-empresas/ Acesso em: 11 jul. 2025.
– TEIXEIRA, Daniela. O gap entre inteligência competitiva e forecasting: antecipar o futuro, quem não quer? Revie, 2023. Disponível em: https://revie.com.br/artigos/inteligencia-de-mercado-e-empresarial/o-gap-entre-inteligencia-competitiva-e-forecasting-antecipar-o-futuro-quem-nao-quer/. Acesso em: 11 jul. 2025.
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